O Brasil se posiciona no cenário global como o oitavo maior mercado de saúde do mundo e o terceiro maior setor privado de saúde. Esta posição de destaque não reflete apenas a magnitude do setor, mas também as oportunidades e desafios que o segmento oferece, especialmente relevante em um contexto impulsionado por avanços sem precedentes em tecnologia e inteligência artificial (IA).
No cerne dessa evolução, a humanização na saúde emerge, aonde a IA não deveria ser vista como substituta, mas como potencializadora das habilidades humanas.
No atual panorama de transformações nas áreas da saúde, onde tecnologias disruptivas e a inteligência artificial (IA) desenham novos horizontes, o desafio de preservar a essência humana ganha contornos ainda mais significativos.
Estamos diante de uma verdadeira revolução, onde as healthtechs e as inovações digitais prometem remodelar a forma como cuidamos uns dos outros. Com mais de 1.000 startups no segmento de saúde no Brasil, segundo o último mapeamento realizado pela Distrito, surge a pergunta: como podemos assegurar que, em meio a tantos avanços, a empatia e o cuidado genuíno mantenham-se como fundamentos essenciais nesse novo paradigma?
Movimentos de mercado surpreendentes, como a aquisição de redes hospitalares por plataformas como o TikTok e investimentos significativos de corporações como Walgreens e Walmart no setor da saúde, delineiam um panorama onde as fronteiras entre tecnologia e bem-estar se fundem. Esta convergência nos desafia a equilibrar inovação e humanização, garantindo que avanços tecnológicos e cuidados ao paciente caminhem juntos. E esse desafio não é pequeno!
Sob outra ótica, a visão de um sistema de saúde mais eficiente e acessível, impulsionado pela IA, não deve obscurecer a importância do cuidado empático ao paciente. A automação de tarefas administrativas pode, de fato, liberar os profissionais para se concentrarem no essencial: o atendimento humanizado. Estudos indicam que um terço do tempo médico é consumido por documentação e burocracia. Você sabia?
Além disso, a jornada do paciente está se tornando mais digital e acessível. Desde aplicativos de autoatendimento e a dispositivos wearables que monitoram a saúde em tempo real, a tecnologia está facilitando um cuidado mais integrado e centrado no paciente. Estamos entrando na era do patient centricity.
No entanto, ao digitalizarmos a jornada do paciente, como podemos assegurar que essa transição para o digital fortaleça, e não enfraqueça, a conexão humana no processo de cuidado? Fica a reflexão.
Os desafios são muitos, incluindo questões regulatórias e de privacidade de dados, mas o potencial para transformar positivamente as áreas da saúde é imenso. À medida que avançamos, é crucial que mantenhamos o ser humano no centro da inovação. O futuro é promissor e, ao aliar empatia e tecnologia, podemos esperar um sistema de saúde mais eficiente, eficaz e, acima de tudo, humanizado.
Para finalizar, compartilho aqui algumas perguntas para reflexão:
1. Como sua empresa está integrando tecnologias digitais de forma a amplificar, e não substituir, a conexão humana e o cuidado empático na gestão de times e na formação da liderança?
2. Considerando a posição de destaque do Brasil no cenário global de saúde, como sua empresa está se posicionando para explorar e expandir o bem-estar em seu portfólio de produtos e serviços?
3. Com o crescente número de aquisições por empresas de tecnologia na área da saúde e o rápido crescimento das healthtechs, como sua empresa está planejando inovar diante dessa nova jornada de um paciente-consumidor?
Por Tati Gracia